Galeão e Cumbica – 2050

No pico da movimentação aeroportuária na Rio 2016, durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro, o aeroporto Tom Jobim, o nosso simpático Galeão movimentou 16 milhões de passageiros. As poucas linhas aéreas em 1936 iniciaram as interligações desde o Santos Dumont no Rio de Janeiro, a Congonhas em São Paulo e ao militar da Pampulha em Belo Horizonte. A indústria aeronáutica no Brasil iniciou na década de trinta na Ilha do Governador no Rio de Janeiro, mas por todo o país já havia pequenos fabricantes de aeronaves. O aviador americano Orthon William Hoover estabeleceu em São Paulo no Campo de Marte em 1916, antigo terreno da Polícia Militar, o primeiro aeródromo da Escola de Aviação Naval Brasileira, com objetivo de formar pilotos para atender as necessidades das costa brasileira com navios porta-aviões. Esta escola em 1920 mudou o nome para Escola de Aviação da Força Pública de São Paulo. Um dos primeiros alunos de Hoover foi o capitão da Polícia Militar do Paraná, nascido em Rio Branco do Sul, João Alexandre Busse que já havia voado em 1912, durante a Guerra do Contestado no sul do Paraná, quando utilizava o uniforme da cavalaria.

A produção de aviões no Brasil iniciou em 1910 por entusiastas, sendo que em Curitiba foi fabricado um protótipo na Fábrica do Exército. No Rio de Janeiro no Campo dos Afonsos em 1934, o Tenente-Coronel do Exército Antonio Guedes Muniz iniciou a primeira série de biplanos, associado com o armador Henrique Lage fundador da Companhia Nacional de Navegação Aérea. Hoje o Brasil é um dos maiores fabricantes de aviões do mundo. Porém sofre com as construções de aeroportos. Vejamos que o Tom Jobim e outros estão superdimensionados, ou seja foram projetados para a movimentação de passageiros ao dobro do necessário, para 2050.

O problema não está na técnica de engenharia, mas na técnica estatística utilizada nas licitações que efetua contagem de passageiros em dobro. Quando um edital pede a construção de um aeroporto para vinte milhões de passageiros, o total de bilhetes vendidos a transitar será de 10 milhões. Porém, quando o aeroporto brasileiro for construído por empresa brasileira, certamente a contagem será outra; o edital pede 20 milhões de passageiros, logo serão 20 milhões de bilhetes, que somados aos desembarques serão 40 milhões de passageiros a transitar e que necessitarão de área interna, elevadores, espaço para estacionamento de veículos e aviões. Os nossos aeroportos estão com a metade dos espaços fechados, recém construídos, mas nunca utilizados. O problema chama-se Portos e Aeroportos Throughput, a técnica de estatística adotada pela ONU que efetua contagem em dobro das mercadorias, contêineres, passageiros, navios e aviões. Leia gratuitamente; https://issuu.com/egbertoribeiro/docs/a_causa_do_gargalo_portu_rio_1__de_

Curitiba, 20 de dezembro de 2018

Adm Egberto Fioravanti Ribeiro

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